sexta-feira, janeiro 23, 2009

Há gentes de autoridade

Olá minha gente a dar ao dente sem pente. Foi o que me lembrei de repente. Ora bem se eu não vinha aqui escrever qualquer coisa ainda me linchavam ao fundo da rua, eu sou corredor de fundo por isso é que não podia ser à tona. E também assim o contador de visitas ali em baixo não mexia. Até andava para trás com a quantidade de reclamações. Bem, mas o que me traz aqui é essa média-grande minoria que são os agentes de autoridade. Um dia destes ia eu em serviço já com pressa e que raio me aparece? Uma operação STOP. Bem me dizia o meu médico que eu ia ser operado um dia destes, não sabia é que era uma operação que me ia fazer parar. Baixei eu o vidro com os pés até ver a bigodaça do do homem que vinha com uma publicidade esquisita a uma banda de rock portuguesa. Devem precisar de dinheiro. Sabiam que eu fui convidado a ir para a GNR? Estava eu a fazer testes na Força Aérea e perguntavam no fim do que gostávamos mais. Uns diziam para-pente, outros para-quedas, uns masoquistas até diziam para-choques. Eu escolhi o para-quieto. Disseram que eu tinha o perfil ideal para GNR e que iria ser muito bem sucedido.
Então diz lá o agente: “Bom dia, os documentos da viatura.” Que malcriado, a mim não diz bom dia. O homem ficou escandalizado de ver um cego e maneta a conduzir. Eu disse-lhe que tinha um cão co-piloto. Não quis um cão-guia porque eu gosto mais de guiar e então o canito ao lado só aponta para onde tenho de ir. Em braille claro, eu não vejo o cão a apontar, olha que esta! O agente depois de ver que estava tudo em ordem fez logo a pergunta que vocês já estavam intrigados de eu não falar: “Como raio ficou você a ver como um árbitro e a defender como o Ricardo?” Então baixam-se as luzes, a música ambiente melosa toca e os agentes todos vêm sentar-se em volta do carro com o cobertor sobre as pernas e a abanar as luzes no ar. Foi exactamente nesta profissão, eu faço entregas em mão. À segunda entrega já não tinha mãos a medir. Agora só faço entregas sem o cliente estar em casa. “E as bistinhas?...” perguntam aquelas fofuras de lágrima no canto do olho. Bem, o produto que eu entrego é o Windows Vista, portanto braços e olhos foi tudo à segunda entrega. Agora só de XP para baixo. Mas essas entregas pelo menos não caíram em saco roto, entreguei na ACAPO, portanto já alguém de lá deve ter o meu ponto de vista. Mas a Microsoft foi porreira e até me ofereceu casa como indemnização. Até foi a antiga casa do Conde Drácula antes de ele ter ido para a Transilvânia. Ele não gostou desta porque tinha soalho. Ele é um pouco alérgico. Ainda se tivesse alguma alface, agora soalho era demais para a sinusite. Parei com a história antes que um dos agentes ficasse deprimido e começasse a regular o trânsito em contra-mão. Já tive alguns problemas com a autoridade, em tempos que ainda tinha os membros todos, fazia assaltos à mão armada. A minha especialidade eram os Fiat Unos. Até me chamavam gatuno. Quando fui apanhado aplicaram-me uma pena, de pombo. Fui obrigado a fazer uma pesquisa sobre os agentes da autoridade em Portugal. Sabiam que os melhores agentes vêm da região da Guarda? Quando alguém se sente mais aflito chama sempre “Oh da Guarda, roubaram-me os chinelos para regar cá fora, agora as minhas plantas vão secar.” Mas esta entidade que nos protege tem um lado muito generoso e donativo. Andam sempre a fazer colectas para as pessoas com falta de ar. Sempre que há operações fazem as pessoas soprar para balões para colectar o ar. Há até quem faça dádiva de sangue, aí levam-nos até à esquadra para fazer tamanha bondade. Até ligam sirenes e luzes aqueles compinchas. Por muito que custe a mim, a vocês e aos contribuintes do Estado, despeço-me com uma continência nos Açores usando Tena Lady. Andem devagar se estiverem a pé e bebam pouco se não saírem de casa.

* Muito cuidado a beber uma mini que pode aparecer o Mickey

A acenar aos que já partiram

CegoManeta